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Design Thinking + Lean Startup + Agile: Buzzwords ou Otimização no Fluxo do Processo de Inovação?

· Agile,Lean Startup,Pensamento Sistêmico,Inovação,Design Thinking

Boa parte do meu fascínio por jogos eletrônicos se deve ao salto tecnológico. Como anteviu a Lei de Moore, os ciclos de inovação foram se acelerando ao mesmo tempo em que os custos se estabilizaram ou caíram. Com isso criou-se um círculo virtuoso em que os novos jogos, com gráficos hiper-realistas e mundos abertos de tamanho infinito, demandam um poder computacional cada vez mais elevado... forçando o investimento em upgrades de hardware a cada dois anos para acompanhar o hype.

Não basta fazer upgrade de um componente isolado (como uma nova placa de vídeo para um pc), outros gargalos serão criados se a melhoria não for pensada de forma sistêmica (processador, memória ram, hard disk etc). Essa é uma ótima analogia para explicar o pensamento sistêmico: otimizar um único componente não otimiza o todo. A questão passa, portanto, em não somente encontrar o que é gargalo. Mas, aplicar o conceito de visão do todo e evoluir de um sistema para outro, quase que num modelo de transformação como ocorre hoje com a revolução 4.0 na indústria: estágios de evolução que são marcados por grandes saltos tecnológicos.

Um sistema estabelece a visão composta de um determinado contexto - do início ao fim. Pode ser exemplificado pelo conjunto de atividades inter-relacionadas de um processo, cadeia de valor, sequência de eventos etc. É maior do que simplesmente a soma de seus componentes. Interessante notar como nós no ocidente temos a visão limitada de compartimentar o conhecimento em áreas específicas e, que às vezes, nem conversam entre si.

Aprendemos somente olhar através das lentes do tempo cronológico, no qual tudo acontece em uma cadeia de fatos que precisam estar conectados ao longo do tempo. Inclusive, buscamos relações de causa e efeito para as mais diversas situações do nosso cotidiano, às vezes sem que de fato essas relações existam. Aqui cabe ressaltar uma outra forma de ver esse mesmo acontecimento, um novo lugar praticar a percepção. O olhar do todo, no contexto de um sistema que tem início e fim, recebe o nome de visão kairológica e não apenas cronológica. O tempo kairológico traz a dimensão do tempo blocado, os acontecimentos (e transformações) ocorrem em ciclos. Não basta apenas viver no tempo linear e objetivo (por mais exponencial que possa parecer). Precisamos ter a visão do todo.

Para estabelecer uma visão sistêmica é necessário entender toda a cadeia. Qual é o limiar de cada componente (pontos de integração)? Como interagem entre si? Quais são suas necessidades específicas? A máxima é: um sistema não evolui mais rápido que seu ponto integração mais lento. Essa afirmação esconde uma verdade profunda que afeta tudo, principalmente a forma e a cadência com a qual inovamos.

Muitas empresas querem inovar rapidamente mas geralmente focam seus esforços em trazer agilidade para um único ponto. Evoluem de forma fragmentada, onde os principais objetivos (time-to-market, diferenciação em relação a concorrência, etc) são prejudicados devido a lentidão dos demais pontos de integração - impactando o timing da inovação.

Aqui cabe ressaltar um dos pilares da inovação, que parte do indivíduo e daqueles que estão ao seu redor. A inovação só acontece de dentro pra fora e a partir de experiências e conexões que estabelecemos com as infinitas possibilidades de futuro que estão por emergir. Nos últimos 30 anos vimos a ascensão de diversos valores, práticas, frameworks e outras buzzwords que prometem “entregar” inovação, criatividade, agilidade, produtividade, colaboração etc. Mas implementados de forma isolada, sem potencializar o capital intelectual e formar as conexões necessárias, dificilmente irão entregar todo o valor prometido. Isso nos leva a uma pergunta fundamental: é possível otimizar o fluxo do processo de inovação por meio da união de abordagens como design thinking, lean startup e agile?

A resposta reside novamente no entendimento de cada componente e em como eles interagem entre si para gerar valor. Sob a ótica do pensamento sistêmico é possível compreender o fluxo que, transcendendo a estrutura organizacional, estabelece a prática integrada de cada uma destas abordagens no processo de inovação. Enquanto o design thinking reside na empatia para mapeamento de necessidades, entendimento do problema e identificação de soluções, a lean startup traz uma abordagem evolutiva para a solução, fundamentada no aprendizado validado, cujo produto será implementado de forma ágil: iterativo, incremental e orientado por valor. Como exemplifica a figura abaixo:

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Quer entender melhor como integrar essas abordagens e otimizar o fluxo de inovação? Participe do Workshop de Inovação com Design Thinking, Lean Startup e Scrum do Pegasus - Programa de extensão da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Os alunos que se inscreverem até 18/10 ganharão uma inscrição para o Masterclass de Gamificação em Dezembro/2019. Aproveite!

Maiores informações em: